Em 15 de setembro de 2008, o banco de investimento estadunidense Lehman Brothers foi à falência, marcando o início da maior e mais recente crise financeira mundial. A fim de entendê-la, o National Theatre de Londres encomendou ao dramaturgo britânico David Hare uma peça sobre o assunto, e assim surgiu "O poder do sim". Fazendo-se personagem de sua própria obra, o autor imiscui-se entre figuras-chave do mercado financeiro – banqueiros, economistas, acadêmicos, jornalistas, etc. – a fim de examinar, em detalhes, as causas que levaram o sistema capitalista a colapsar naquela data. Se o tema a princípio parece complexo e distante do universo de grande parte dos leitores, a dinamicidade dos diálogos e a desfaçatez dos personagens nos envolvem, num crescendo, ao longo dos nove quadros que constituem este drama. Estreia de David Hare para o público brasileiro, "O poder do sim": um dramaturgo procura entender a crise financeira reitera sua fama de grande dramaturgo social da atualidade, além de questionar quão catastróficas podem ser as consequências da permissividade ao capital financeiro. Esta edição traz prefácio assinado pela pesquisadora e professora Anna Stegh Camati, e posfácio de autoria da pesquisadora, economista, e também professora, Leda Maria Paulani, além da seção “Anexos”, que inclui a Ficha técnica da estreia, Notas biográficas sobre os personagens e um Glossário de termos, personalidades e instituições financeiras, a fim de contextualizar o leitor brasileiro e aprofundar seus conhecimentos tanto sobre os vocábulos citados na obra como em relação ao universo financeiro em si. A tradução é de Clara Carvalho, que também é diretora e atriz integrante do núcleo artístico do Grupo Tapa.