Tendo em vista as variadas tendências inovadoras da literatura brasileira do século XX, desencadeadas pelo Modernismo de 22 e intensificadas pelo experimentalismo difundido a partir da década de 50, esta obra tem por objetivo estudar uma em particular: a tendência à brevidade, mais exatamente ao poema curto (os mais sintéticos possíveis). Desse modo, o caminho percorrido encontra em Oswald de Andrade o primeiro grande poeta dedicado ao poema curto, o qual seria precursor de uma série de poetas que também se dedicariam à síntese na poesia ao longo do século, até isso se consolidar numa expressiva tendência principalmente a partir dos anos 70, período em que a produção de poemas curtos até então não havia sido tão volumosa. Nesse sentido, busca-se analisar como os poemas-minuto de Oswald, bem como as investidas no epigrama e no haicai, foram determinantes para uma leva poética pautada na concisão vocabular, e como isso serviu também como uma ‘arma’ para se voltar contra uma literatura vigente e/ou tradicional na literatura brasileira. Dentre os poetas analisados, além de Oswald, encontram-se, por exemplo, José Paulo Paes, Cacaso e Paulo Leminski.