O poeta e ensaísta de cultura, o mineiro Affonso Ávila, revelou-se, a partir da década de 1960, não só uma das vozes mais expressivas da nova dicção poética brasileira, como um dos mais percucientes investigadores da estética barroca no Brasil. Ao mesmo tempo, como articulista do Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo, num quadro em que avultavam figuras como Antonio Candido, Décio de Almeida Prado, Francisco Iglésias, Anatol Rosenfeld, Haroldo de Campos, Otto Maria Carpeaux, entre outros, deu notáveis contribuições sobre temas e personagens os mais diversos do universo modernista brasileiro. Dele, a editora Perspectiva já publicou O Visto e o Imaginado (1990), O Lúdico e as Projeções do Mundo Barroco (1994), A Lógica do Erro (2000), A Circularidade da Ilusão e outros Textos (2004), além dos volumes O Modernismo (1975) e Barroco: Teoria e Análise (1997), da coleção Stylus, por ele coordenados. Os textos reunidos em O Poeta e a Consciência Crítica foram publicados, inicialmente, em 1969, e reeditados, com acréscimos, em 1978. Há muito esgotadas ambas as edições, uma nova publicação fazia-se necessária, dada a relevância de suas interpretações para o entendimento da arte e da produção artística nacional. Nesta coletânea, o autor se dedica a analisar, entre outros assuntos e escritores, o espírito barroco, a noção de vanguarda, o artista de 22, Macunaíma e Graciliano Ramos, com uma intensidade, agudeza e sensibilidade que só um notável crítico do porte de Affonso Ávila poderia oferecer.