Nos anos 1970, economistas neoliberais passaram a defender a ideia de que o crescimento e o desenvolvimento dependiam da competitividade do mercado. A partir daí, a maximização da concorrência e a licença para que os princípios de mercado de trabalho permeassem todos os aspectos da vida moldaram uma nova classe social mundial, emergente e ainda em formação: o “precariado”.O precariado: A nova classe perigosa é uma obra necessária e urgente, que apresenta as características desse novo grupo e oferece aos leitores uma sólida reflexão política e socioeconômica que compreende a nova ordem social global e responde aos anseios dos indivíduos dessa nova classe, que não se sentem ancorados em uma vida de garantias trabalhistas, não possuem empregos permanentes e muitas vezes nem sequer sabem que integram a classe dos precariados. Aqueles que estão no precariado carecem de autoestima e dignidade social em seu trabalho; devem procurar por esse apreço em outro lugar, com sucesso ou não. Se forem bem-sucedidos, a inutilidade das tarefas que são obrigados a fazer em seus empregos efêmeros e indesejáveis pode ser reduzida, na medida em que a frustração de status será diminuída. Mas a capacidade de encontrar a autoestima sustentável no precariado quase sempre é vã. Existe o perigo de se ter uma sensação de engajamento constante, mas também de estar isolado no meio de uma multidão solitária.O resultado é uma crescente massa de pessoas – em potencial, todos nós que estamos fora da elite, ancorada em sua riqueza e seu desapego da sociedade – em situações que só podem ser descritas como alienadas, anômicas, ansiosas e propensas à raiva. O sinal de advertência é o descompromisso político. A esperança consiste em investir na liberdade associativa.“Um livro fundamental.”Noam Chomsky“Compre o livro de Guy Standing, O precariado. Ou pegue de alguém.”John Harris, The GuardianO precariado, termo criado nos anos 1980 pela combinação do adjetivo “precário” e do substantivo “proletariado”, é uma classe emergente composta por um número cada vez maior de pessoas que levam uma vida de insegurança, entrando e saindo de empregos que conferem pouco significado a suas existências. Este livro trata de responder a cinco questões fundamentais acerca do precariado: O que é essa classe? Por que devemos nos preocupar com seu crescimento? Por que ela está crescendo? Quem está ingressando nela? Para onde está nos levando? Esta última questão é crucial. Guy Standing argumenta que essa classe está produzindo instabilidades na sociedade. Embora seja errado caracterizar os membros do precariado como vítimas, muitos deles se sentem frustrados e revoltados. O precariado é perigoso porque é dividido internamente, o que gera um forte sentimento de aversão para com os migrantes e outros grupos vulneráveis. Sem ação, seus membros podem se deixar influenciar pelos apelos do extremismo político. Para evitar uma “política de inferno”, Guy Standing defende uma “política de paraíso”, na qual a redistribuição e a garantia de renda constroem um novo tipo de Boa Sociedade, em que a atenção aos medos e às aspirações do precariado tornam-se centrais para uma estratégia progressista.