No ano de 1513, Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu uma espécie de manual de governabilidade para os príncipes da Itália. A obra, de título original “De principatibus”, foi publicada postumamente em 1532, reunindo, em seus 26 capítulos, conceitos e teorias pioneiras na estratégia administrativa e governamental. A obra “O Príncipe”, mesmo após 500 anos de sua escrita e concretização na literatura, continua tendo vastas linhas de interpretação e discussão. Isso porque, a partir do rompimento da ligação entre o Estado e os preceitos morais e religiosos, Maquiavel construiu uma narrativa que não só mostra os diferentes tipos de principado, mas a realidade e motivação das ações internas. Além disso, faz uma abordagem de como é possível alcançar o poder e o que é necessário para que este seja mantido e sob controle. Na concepção do autor, para um príncipe obter êxito, é fundamental ter Virtù – habilidade de administrar as situações e de construir estratégias para as adversidades – e Fortuna – sorte para saber lidar com o contexto e com as circunstâncias. Por meio de sua mais famosa obra, Maquiavel se tornou referência não apenas da administração pública, mas também das questões comportamentais e sociais por explorar a construção de relacionamentos e oportunidades. Assim sendo, tornou-se um filósofo e pensador genial que mantém seu legado aceso nos Estados modernos.