Semelhante ao mito do herói, o livro procura narrar a origem, o desenvolvimento e a descendência da filosofia da mente na história da filosofia: como ela se tornou o que ela é. O que é mente não pretende esgotar um problema ou apresentar um produto acabado. Partindo-se de uma questão, o livro apresenta um tema complexo a partir da filosofia anglo-americana contemporânea ao longo do Século XX. Assim, não é “a” mente porque não existe “a” mente. Mas, em sua versão analítica, ‘mente’ mostra ser a matriz de desenvolvimento de parte significativa da filosofia anglo-americana e é este o objetivo do livro: mostrar como o tema ‘mente’ ou ‘filosofia da mente’ se constituiu como crítica ao idealismo da filosofia continental europeia e à tradição metafísica do sujeito cartesiano. Assim, ao longo do desenvolvimento da filosofia anglo-americana, o que se designa ‘mente’ não significa espírito ou entidade metafísica. ‘Mente’ (ou mind) designa um conjunto de atividades de representação ou significação de experiências, objetos ou estados de coisas no mundo como pensamentos, ideias, conceitos, categorias, imagens, sentimentos, percepção, etc. O livro mostra, portanto, o desenvolvimento do tema ‘mente’, entendida como estado, função, disposição ou conceito, ao longo do Século XX, entre diferentes correntes da filosofia anglo-americana.