Quase trinta anos depois de reinventar o conceito "livro de viagem" com a publicação de O Grande Bazar Ferroviário, Paul Theroux resolveu voltar ao continente africano, onde trabalhara como professor nos anos 1960. O autor queria sumir, ficar fora de contato por um tempo. Também queria saber se havia alguma esperança por trás das manchetes amedrontadoras sobre o continente negro. Na lista dos mais vendidos do New York Times, O Safári da Estrela Negra é o relato rico e perceptivo de um itinerário que se estende do Cairo à Cidade do Cabo, pelo trajeto do rio Nilo, pelo Sudão e pela Etiópia, pelo Quênia e por Uganda, e termina na ponta da África do Sul. Viajando de trem, canoa, "galinheiro", caminhão de gado, Theroux passou por algumas das paisagens mais bonitas da Terra, e também pelas mais perigosas. Foi uma viagem de descobertas e de nostalgia. Mais de quarenta anos antes, ele chegara à África para dar aulas no interior do Malaui, como integrante otimista do Corpo da Paz norte-americano. Desta vez, fez uma parada na sua antiga escola, conversou com ex-alunos e visitou amigos africanos de vários países - um dos quais é hoje o primeiro-ministro de Uganda. Descobriu que o comércio de marfim na Etiópia continuava robusto; que, em Uganda, a universidade Makerere ainda não havia se recuperado do despotismo de Idi Amin; que no Zimbábue a invasão ilegal de terra prosseguia ininterrupta. Além de reflexões inteligentes sobre a condição de viajante, o livro traz uma discussão estimulante sobre história, geografia, política e sociedade proposta por Theroux, intelectual de unhas sujas. Em O Safári da Estrela Negra temos o autor no ambiente que ele mais gosta: encontros casuais que resolvem tudo, horários irrelevantes de embarque e chegada e a alegria de estar se equilibrando em cima de um caminhão no meio do nada. Observador obsessivo do que acontece na África, Paul Theroux faz uma jornada épica pelo continente que tanto o fascina.