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Sinopse
Depois da bomba atômica, porém, a paisagem sensível passou a testemunhar o declínio do sentimento da catástrofe e sua normalização como dado real, cuja tenebrosa evidência vem sendo dada pelos recentes desastres de Chernobyl e Fukushima. Por isso, diz Annie Le Brun, aquela tentação de fim de mundo que era induzida pelo desejo paradoxal de recriar o mundo foi embargada pela efetiva concretização da ameaça nuclear, cuja força de destruição parece ter se imposto ao nosso poder de negação.
O sonho de devastação passou do infinito para a finitude, a ponto de privar a catástrofe do devir imaginário que ela sempre teve e de suprimir “aquela parte de desconhecido implícito de que ela era a portadora”. Como consequência, ficamos privados da possibilidade de representar os perigos que de fato nos ameaçam e, impotentes para sonhar com o que nos excede, tornamo-nos resignados diante dos excessos que nos sujeitam.
Eliane Robert Moraes
“O sentimento da catástrofe é, sem dúvida, a primeira figuração da fenda do imaginário no mais profundo de nós.” Fenda constante, cujo desenho é uma forma de interrogar nosso destino, tanto quanto de responder a ele. Mas também um expediente paradoxal para enfrentar, tentando representá-las, as situações da mais extrema desordem ética.
“Precisamente por essa razão, o terremoto de Lisboa constitui um acontecimento capital, que, marcando o fim da concepção religiosa da catástrofe, se abre para a liberdade de um imaginário catastrófico pululante que se revelará o único meio de apreender um mundo em vias de escapar a toda compreensão. Essa cidade rica, acolhedora, pitoresca, mas ainda muito devota, repleta de igrejas e de conventos, de repente foi devastada pelo terremoto, ao qual se seguiu imediatamente uma inundação, e, por fim, ainda foi pilhada por seus próprios habitantes. A verdadeira catástrofe é que o impensável aconteceu, dado que Deus, a natureza e os homens revelaram-se de um só golpe totalmente diferentes do que havia se pensado que eram até então.”
“Estou convencida de que o sentimento da catástrofe nasce aí, nesse horizonte transtornado, a partir do momento em que tal sismo sem precedentes, despedaçando repentinamente balizas religiosas e filosóficas, faz surgir, catastrófica, a questão do sentido, cujas infinitas repercussões evocam, em reação, o excesso de imaginário. Questão verdadeiramente catastrófica: basta que ela se coloque para que, de súbito, desabem as construções éticas e os sistemas de representação.”
Annie Le Brun
Annie Le Brun
(1941) é poeta e ensaísta francesa. Publicou importantes estudos sobre Sade e outros escritores como Alfred Jarry, Raymond Roussel, Michel Leiris e Aimé Césaire. Traduzida em diversas línguas, sua extensa obra vem sendo reeditada pela Gallimard desde meados dos anos 1990, incluindo a reunião de seus livros de poesia (Ombre pour ombre, 2005) e o recente ensaio sobre Victor Hugo intitulado
Les Arcs-en-ciel du noir:
Victor Hugo,
2012. Em 2014, assinou a curadoria da exposição Sade: Attaquer le soleil, que teve lugar no Musée d’Orsay em Paris e que resultou em livro homônimo.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788573214987 |
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Tradutor para link | ALMEIDA FÁBIO FERREIRA DE |
Pré venda | Não |
Biografia do autor | Annie Le Brun foi uma escritora, poetisa e crítica literária francesa. |
Peso | 277g |
Autor para link | BRUN ANNIE LE |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 20.5 x 13.5 x 1 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 96 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2016 |
Código Interno | 781908 |
Código de barras | 9788573214987 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | BRUN, ANNIE LE |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |
Tradutor | ALMEIDA, FÁBIO FERREIRA DE |