Esta obra aborda duas formas de representação da história de Malcolm Little (1925–1965) ou Al Hajj Malik Al-Shabazz, conhecido como Malcolm X. O autor compara duas biografias do ativista – o livro Autobiografia de Malcolm X, de 1965, do escritor e jornalista Alex Haley, e Malcolm X, filme de 1992 dirigido por Spike Lee –, apontando as aproximações e distanciamentos entre as produções literária e cinematográfica. Segundo o autor, ambas as biografias, criadas em um intervalo de quase 30 anos, construíram um Malcolm X como personagem heróico, o que resultaria da omissão por parte dos autores de passagens da vida do ativista e também acerca das influências ideológicas e dos diferentes momentos históricos em que as obras foram produzidas. Um dos protagonistas na luta contra a discriminação e o racismo em relação aos afrodescendentes nos Estados Unidos, Malcom X, convertido ao islamismo, percorreu uma trajetória política entre o radicalismo e a moderação. Em sua busca pela igualdade de direitos na sociedade norte-americana, enfrentou forte reação de conservadores defensores da supremacia branca e sofreu resistência, ainda, de grupos de líderes afrodescendentes rivais. Assim como Martin Luther King Jr., Malcolm X morreu assassinado, e deixou um legado, cujo último resultado foi a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.