Uma viagem alucinante sob o caos constante. É assim que o jovem autor Bento Verboto define sua primeira e tão sonhada obra, tão intensa quanto transparente.
As experiências amorosas e sexuais vivenciadas ao longo da vida do autor foram transformadas em poemas no livro, uma verdadeira mala afetiva carregada de desejos e obscenidades.
O gosto pela escrita começou na infância, quando convertia sentimentos ainda desconhecidos em rabiscos. "Comecei a escrever desde muito pequeno quando me sentavam na igreja e, na Bíblia, como um sacrilégio desapercebido, eu rabiscava o que hoje chamo de ilustrações e dava palavras que aprendia a sentimentos que não entendia, que hoje condenso em poesia."
Sem medo de experimentar os prazeres da vida e se arriscando constantemente pela poesia, Bento também mostra no livro que não tem qualquer temor, e porque não pudor, de compartilhar as alucinações amorosas que o construíram ou o destruíram por algum momento.
A ideia é que o leitor sinta o êxtase de cada relação vivenciada por ele. Não é à toa que Bento, inclusive, sugere trilhas sonoras em muitas das poesias contidas no livro. As recomendações passam por Chico Buarque (Essa Moça Tá Diferente), Baden Powell (Tristeza), August Eve (You Already Know) e The Cranberries (Linger).
Bento explica que o livro tomou forma durante a pandemia, combinando sua paixão pela escrita ao vício em fazer playlists — ele criou mais de 290 somente em 2021, cada playlist com um objetivo diferente.
"A Odisseia ganhou forma, traços, nomes e estilos a partir do início da pandemia. Naquele caos sem direção, precisava escrever e ilustrar cada dia mais para sentir que podia dizer o que sentia tanto por mim quanto para confortar outros. Quando comecei, meus leitores gostaram da ideia de cada poema ter uma música, porque cada música para mim é uma história, assim como um poema. E misturados, tornam a criação mais palpável, quase como se estivéssemos dentro de uma nova realidade e uma imagética construída pela exp