Olga Reverbel e o campo do ensino do teatro no Brasil, a partir de uma abordagem sócio-histórica, apresenta análises e interpretações sobre a participação da professora e autora de livros Olga Garcia Reverbel, na trajetória da configuração do campo do ensino do teatro no Brasil, na segunda metade do século XX. Trata da análise das táticas empreendidas por ela e pelos diferentes atores em prol da formação do referido campo. Nele, o objetivo geral consiste na compreensão, portanto, de como foi constituído o campo do ensino do teatro no Brasil a partir dos reflexos do trabalho dessa autora, no ensino da Arte (modalidade teatro). Dentre os conceitos, noções e os respectivos autores utilizados nas análises desta pesquisa estão: campo de Pierre Bourdieu (2013); apropriação de Roger Chartier (1988); tática de Michel de Certeau (2005); disciplina escolar de André Chervel (1990) e código disciplinar de Viñao Frago (2008). Os capítulos deste livro são fundamentados pela pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pela metodologia da história oral pensada por Verena Alberti (2005), seguido pelo questionamento: em que medida a releitura das experiências de Olga Reverbel, referentes ao ensino do teatro, pode reconhecer os instrumentos proteladores da inserção das diferentes linguagens da Arte, neste caso o teatro, no currículo da escola brasileira? Os referidos instrumentos, nesse caso específico, estão localizados nas contradições instaladas na relação entre a escola e o teatro. Eles são resultado de concepções metodológicas antagônicas em defesa do ensino do teatro na escola e das incongruências entre os paradigmas contextualista e essencialista. Os códigos disciplinares vigentes também resultaram da defasagem entre a “realidade escolar” e a legislação educacional brasileira que, apesar de ter inserido de modo obrigatório o ensino de arte no currículo escolar desde 1971, não dispôs de mecanismos que operacionalizassem o ensino das quatro linguagens artísticas (teatro, música, dança e artes visuais), novamente asseguradas pela Lei n. 13.278/2016. Assim o argumento central enfatiza que Olga Garcia Reverbel foi uma das personagens da história da educação brasileira que ofereceu um arsenal teórico e metodológico para a configuração do campo do ensino do teatro no Brasil.