Frente aos modos de vida insustentáveis da contemporaneidade, o livro Ontologia do sagrado feminino: a outra história precisa ser contada nos coloca em contato com as memórias ancestrais a partir dos registros da cosmovisão de mulheres e homens que habitaram o planeta Terra, durante um período estimado em 30.000 anos, em torno de uma Mãe Primordial considerada a Grande Mãe do toda a criação. Nossos ancestrais foram capazes de desenvolver uma vida comunitária significativa, uma vez que consideravam a Terra como um grande corpo feminino , e como tal, Sagrada. Entretanto, esta cosmovisão foi deturpada, assim como os valores éticos que nos definem como humanos. Livro nos mostra, de que modo ostensivo, o rebaixamento infringido à mulher afetou também à humanidade, assim como a todos os seres que coabitam conosco no planeta Terra, inclusive, à própria Terra. Na atualidade, ainda somos prisioneiras e prisioneiros de histórias mal contadas. Arrastamos, ingenuamente, amarras simbólicas que adoecem o corpo, embotam as emoções e paralisam em nós as forças da vida. Entretanto, não somos vítimas, o ruim só permanece até compreendermos que podemos transformá-lo. É essa a libertação que podemos atingir com esta obra. A autora nos presenteia com uma renovada compreensão do humano a partir do reposicionamento da mulher como ser-sagrado-no-mundo. As reflexões propostas não se restringem à mulher, senão que nos lançam a todas e todos, tanto ao público leigo quanto a educadoras e educadores, no compromisso de acordar novamente o nosso Ser para a dimensão ontológica do sagrado feminino a fim de revitalizar os sentidos existenciais e encontrar as respostas de que estamos precisando.