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Sinopse
Nos dicionários, “bruzundanga” significa algaravia, barafunda, coisa de pouca serventia, ninharia. É com essa confusão que Lima Barreto nomeia um país fictício, a República dos Estados Unidos da Bruzundanga, cujas crônicas publicou de janeiro a maio de 1917 no semanário A.B.C., depois reuniu em livro, lançado apenas em 1923, após sua morte. Bruzundanga é “uma grande bagunça que, no entanto, se dá ares de importante, povoada por doutores, políticos e literatos”, como descreve Beatriz Resende no posfácio. Os relatos sobre essa República que muito se assemelha ao Brasil – de ontem e de hoje –, assumem, na obra, o tom de paródia da história oficial, de seus herois e instituições. Esse humor representa, de acordo com Resende, uma nova forma literária utilizada por Lima Barreto para abordar o Brasil, depois dos contos, romances e crônicas. Para a organizadora do volume, dar a Os bruzundangas a forma merecida de clássico da literatura significa “romper com a exclusão a que tanto o texto quanto o autor foram submetidos no correr da constituição da história literária brasileira”.
Se, um século depois, o Brasil ainda traz muitas semelhanças com o país dos bruzundangas, essa atualidade também aparece no outro texto que compõe o volume, Numa e a ninfa. Quando começou a ser publicado, na forma de folhetins, em março de 1915, foi anunciado pelo jornal A Noite como um texto que “romanceava vários escândalos dos milhares que assinalaram o governo Hermes como o mais corrupto da história”. A obra retrata a trajetória de Numa Pompílio de Castro, um bacharel em Direito medíocre, acomodado, sem qualquer predicado exceto a persistência, que, ao se casar com a filha do governador, conquista uma cadeira de deputado federal na Câmara. “Numa é o exemplo perfeito da figura do doutor tão criticada por Lima Barreto em toda a sua obra”, considera Beatriz Resende. A partir da história desse “brâmane privilegiado” – que ganhará certo reconhecimento intelectual graças a Edgarda Cogominho, sua esposa e ninfa –, Lima descreve o universo de falcatruas, desmandos e vantagens da vida política da capital federal durante o processo de votação de uma proposta para a criação de um novo estado. Para a organizadora, foi com Numa e a ninfa que Lima Barreto estabeleceu uma nova relação com a imprensa de sua época, “indicando um reconhecimento pouco apresentado da importância desse mulato, morador de subúrbio carioca, na vida literária de seu tempo”.
O projeto gráfico
Concebido pelo artista Fernando Vilela, o projeto gráfico foi estruturado para que o volume fosse como um folioscópio (ou flip book). Suas ilustrações são organizadas em sequência, de modo que, quando o volume é folheado rapidamente, tem-se a ilusão de ver as imagens e o próprio texto em movimento. A capa traz uma colagem de xilogravuras feitas pelo artista especialmente para o livro.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788569002246 |
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Pré venda | Não |
Organizador para link | RESENDE BEATRIZ |
Ilustrador para link | VILELA FERNANDO |
Peso | 580g |
Autor para link | BARRETO LIMA |
Livro disponível - pronta entrega | Não |
Dimensões | 19 x 14 x 3.4 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 512 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2017 |
Código Interno | 816729 |
Código de barras | 9788569002246 |
Acabamento | CAPA DURA |
Autor | BARRETO, LIMA |
Editora | CARAMBAIA ** |
Sob encomenda | Não |
Organizador | RESENDE, BEATRIZ |
Ilustrador | VILELA, FERNANDO |