A Musa Editora lançou, com um debate sobre o tema “Juventude, Cultura e Violência”, dia 24 de agosto, na PUC–SP, a segunda edição de Os Carecas do Subúrbio – Caminhos de um nomadismo moderno. A primeira edição saiu pela Vozes. Lideraram as discussões as especialistas e professoras Ana Maria Niemeyer (Unicamp), Marília Pontes Sposito (USP) e Márcia Regina da Costa (PUC–SP, sempre lidando com os problemas da violência para melhor comprendê-la e para melhor combatê-la, coordenadora do Núcleo de Estudos do Coticdiano e Cultura Urbana e autora do livro). Dada a relevância e atualidade do tema – os “carecas” são uma das diversas manifestações de grupos de jovens em que um dos ingredientes é o culto à violência –, nada melhor do que transcrever o texto profético atualíssimo do saudoso professor Maurício Tragtenberg, para o prefácio deste livro cuja também atualidade foi ressaltada pela professora Marília Sposito, sobretudo para os que vivemos o mundo real numa sociedade incivil: "A crise econômica, o desemprego maciço são as pré-condições de surgimento de movimentos racistas, violentos e discriminatórios.Assim, o desemprego na ex-Berlim Oriental empurrou parte da juventude alemã ao neonazismo, ao ódio ao imigrante, além de realizarem o trabalho negro são discriminados pela população e juventude branca bem-pensante. A crise brasileira criou um certo desemprego estrutural, que alimenta as fantasias neonazistas dos carecas do subúrbio contra nordestinos, negros e judeus, esse movimento é que o livro retrata. Também nos mostra os "anarco punk , uma juventude oriunda da classe média baixa dos subúrbios com ideário igualitário e libertário que aos Carecas se opõe.É um livro importante, ele coloca o leitor à altura dos problemas deste final de século, onde ressurgem velhos fantasmas , os mitos da pureza étnica , da superioridade racial, novos crimes em nome da RAÇA e novos criminosos ocupando espaço na mídia ."