Este livro analisa as relações de poder no processo administrativo dos concursos para professores secundários do Atheneu Sergipense entre os anos de 1938 e 1947, relacionando as práticas de recrutamento e seleção desta instituição com as previsões legais em níveis nacional e estadual. Para tanto, foram identificados e examinados dezenove concursos docentes sergipanos, realizando fundamentação e diálogo das análises por meio da categoria “poder” do autor Michel Foucault, além de interlocuções com pesquisadores que pautam os estudos nas reflexões teórico-metodológicas da História Cultural. Desse modo, as fontes localizadas foram variadas: atas, correspondências, decretos, diários oficiais, discursos, jornais, leis, livro de inscrições para concursos, petição e termo de audiências, regimentos escolares, registro de títulos, relatórios dos diretores, teses de concursos e outros. Assim, durante as práticas de recrutamento e seleção de professores para o ensino secundário do Atheneu Sergipense haviam relações de poder mediadas pelos saberes dos concorrentes, pelo olhar hierárquico vigilante da Congregação e pelas determinações da sanção normatizadora do governo, cujos interesses eram coletivos em prol da organização escolar, via concursos e/ou nomeações docentes. Dessa maneira, o trabalho traz contribuições para a História da Educação, sobretudo para os trabalhos que pautam as temáticas na História das Disciplinas Escolares e na História da Profissionalização Docente em instituições escolares específicas.