Um mito grego desconhecido. Um documento perdido redescoberto por acaso. Um autor obscuro de existência não confirmada. A fascinante epopeia de uma cidade.
Fontes clássicas apontam que Hipocoonte foi deposto do trono de Esparta por seu irmão Tindaro, auxiliado por Hércules. Não mencionam, porém, que um de seus filhos escapou e fundou uma cidade: Chryseia. A pólis logo foi abençoada por Apolo, Athena e Zeus, mas a bonança não durou, gerando uma nova guerra fratricida. Eis a história da origem, glória e queda da casa dos Ebálidas, conforme narrada por Pseudo-Ou tis, autor grego, cuja obra foi redescoberta no fim do século XIX por um estudioso alemão, em um docu mento medieval francés encontrado na Lituânia.
Novo livro de Bruno Anselmi Matangrano, Os Ebálidas de Peudo-Outis é uma homenagem à literatura clássica, mas também aos oficios de pesquisadores, editores e tradutores, em um jogo de ficcionalização intensificado pelo extremo realismo das belas ilustra ções de Karl Felippe. Trata-se de uma obra metapoética que brinca, ao mesmo tempo, com a linguagem e estru tura da epopeia e da crítica literária, misturando referên cias reais e ficcionais, numa narrativa que se constrói em dois tempos: o mito de fundação de uma cidade e a saga do próprio manuscrito que o conta.