OS EXCLUÍDOS PODEM SONHAR, BRINCAR E CRIAR

Este livro é uma iniciativa de provocar o debate, a discussão de uma educação transformadora, principalmente daqueles que se sentiram em algum momento excluídos. É um tecer redes, interligar a vida e a descoberta de uma Pedagogia libertadora, acolhedora, cujo fio que nos interliga é da defesa do brincar e do ser brincante.

Considero cada capítulo como fios que costuro, remendo, teço, desteço, entrelaço, laço, envolvo-me, descubro e, assim, me aproximo de narrativas, diálogos, intervenções, análises que fiz, desfiz, entre as escolhas pedagógicas, dinâmicas, jogos, brincadeiras e, até mesmo, o uso de brinquedos. Em cada fio deste livro, você encontrará direcionamentos para criar um espaço lúdico-inclusivo e acolhedor.

E aí, vamos brincar?

Para minha sorte, o trabalho de Jonathan não é apenas um livro técnico. Embora ele transite com facilidade por autores e referências, fundamentais para a compreensão do processo de Educação, no contexto de desigualdade e exclusão, embora ele demonstre domínio e conhecimento sobre os temas que envolvem sua especialização, a obra é de carne, osso e alma.

Não bastasse a importância que inegavelmente terá para os profissionais que trabalham com educação como ferramenta de transformação e protagonismo de cidadania, a proposta construída pelo autor instiga e provoca uma reflexão profunda, expõe as vísceras de uma educação que, ao transformar vidas, pode certamente transformar a cidade, o Estado e o país em que vivemos.

Como estimular o sonho, a fantasia e a curiosidade de crianças, cujo desejo mais iminente é a sobrevivência?

Jonathan poderia ter cedido à tentação das soluções verticais e bibliográficas. Mas, ele fala de um lugar que o impede de ser seduzido por respostas fáceis. Escolheu a empatia e a escuta afinada. O resultado é comovente.

Andréa Pachá