Friedrich Hayek classificou Wilhelm von Humboldt (1767-1835) como “o maior filósofo da liberdade”, e Lord Acton se referiu a ele como “a figura mais importante da Alemanha”. A leitura de Os limites da ação do Estado, publicado originalmente em 1852, ajuda a entender por quê. Valiosa introdução ao pensamento político liberal clássico, trata-se de um livro crucial para o desenvolvimento do liberalismo na Europa no século XIX. Neste livro — que teve influência decisiva sobre outro ensaio clássico, Da Liberdade, de John Stuart Mill — Humboldt aborda a relação entre a liberdade e o desenvolvimento da personalidade individual, discute a ação do Estado no cerceamento dos cidadãos e sugere instrumentos para frear este papel limitador. Crítico radical de qualquer forma de intervenção estatal na vida dos cidadãos, Humboldt parte do princípio de que todas as regulamentações governamentais contêm algum grau de coação, o que pode levar os homens a esperar orientação e ajuda externa em vez de buscá-las eles próprios. A vida em comunidade é um tema central na sua filosofia política, e é justamente em Os limites da ação do Estado que Humboldt desenvolve seu conceito do homem como um animal social, empenhado em progredir e cultivar-se. Daí a crítica aos grandes Estados, pois o autor estava convencido de que eles impediam o pleno desenvolvimento dos indivíduos. Edição: J. W. Burrow. Introdução à edição brasileira: Denis Lerrer Rosenfield. Tradução: Jesualdo Correia.