“Este pequeno livro é necessariamente leve, mas confio que você, leitor, não o achará superficial. Escrevi seus capítulos não como crítico nem mesmo como escritor de profissão, mas como o homem simples com um grande interesse pela humanidade. A primeira coisa que exigi de um livro antes de colocá-lo em minha lista é que ele fosse legível, pois quero que você leia esses livros, e a legibilidade é algo que entendo como aquilo que os professores de literatura e os críticos por eles treinados menosprezam.”
“Nenhum livro é legível se você não tem curiosidade nem empatia. Para que seja legível, um livro deve significar algo para você aqui e agora, e esta é apenas uma qualidade entre as outras que pode haver num livro, uma qualidade relativa aos interesses do leitor. Estou confiante de que, no geral, os livros que recomendarei atrairão a pessoa de interesses comuns, porque estas têm aquela humanidade que é comum a todos nós.”
“A única coisa significativa para você em um livro é o que ele diz a você, e se a sua opinião está em desacordo com a de todas as demais pessoas no mundo, isso não gera nenhuma conseqüência. A sua opinião é válida para você. Creio que em matéria de arte, e em especial nos Estados Unidos, as pessoas estão propensas a aceitar de bom grado a tirania dos professores e dos críticos, tirania contra a qual, em matéria de governo, elas se rebelariam. Mas nessas questões não há certo e errado. As relações entre o leitor e o livro são tão livres e íntimas quanto entre o místico e seu Deus. De todas as formas de esnobismo, o esnobismo literário é talvez o mais detestável, e não há desculpa para o tolo que despreza seu semelhante por este não compartilhar de sua opinião sobre o valor de um determinado livro. A pretensiosidade na apreciação literária é execrável, e você não deve se envergonhar se um livro louvado pelos melhores críticos não significa nada para você.”
- Trechos do livro.