É um romance que guarda semelhanças com outras obras que abordam o tema da servidão dos povos africanos durante a colonização das Américas. Edson Soares se baseia em fatos reais ocorridos no Brasil, na época do Segundo Império, para retratar as torturas físicas e psicológicas pelas quais passavam os negros escravos que eram condenados à forca. O livro aborda a polêmica sobre a pena de morte e o retrato de uma sociedade aristocrática, onde o trabalho servil era sua base de sustentação. O pensamento corrente da época era de que apenas o medo poderia atenuar uma possível revolta de escravos. Numa bela manhã do mês de maio de 1843, no interior da cadeia pública de uma pequena e provinciana cidade do Brasil Imperial, um jovem negro se prepara para morrer. Os soldados o ajudam para que ele fique limpo, bonito e bem apresentável. O dia de sua execução seria cheio de surpresas e compromissos oficiais. Enquanto isso, a forca já está montada na praça principal da cidade, a espera do condenado José da Piedade é um negro escravo analfabeto, ingênuo, que fala pouco e age como uma criança. Ele está preso e sentenciado à pena de morte por ter matado o capataz da fazenda onde trabalhava. Aparentemente ele se mostra insensível à aproximação de sua morte. Conceição é uma vendedora de doces, escrava alforriada, que resolve contratar um jovem e inexperiente advogado para livrá-lo da pena.