Desenvolvendo-se em torno principalmente dos conceitos de significante e de sujeito, as elaborações encadeadas nesta publicação tomam como questão a atualidade da clínica psicanalítica, para, a partir dos fundamentos de Freud e Lacan, posicionar-se com relação à polêmica contemporânea a partir da qual teríamos que decidir entre o que seria a clínica do simbólico (tomando o sujeito como efeito de linguagem) ou a do real (tomando-o como corpo). Padecer do significante consiste, portanto, na tentativa de, por um lado, explicitar e fazer valer as consequências de algumas questões aparentemente óbvias à psicanálise e, por outro, de posicionar-se claramente quanto às bases de um possível diálogo com outros campos do saber. Trata-se de um questionamento sobre a interlocução humana, articulada fundamentalmente à discussão acerca do desejo do Autor, com a qual se entrelaçam os fios de diversas outras elaborações, como inconsciente, pulsão e corpo. Numa distinção radical com relação a outras intervenções com base num saber categorizável e logicamente aplicável - os saberes neurológico, farmacológico e psicológico por exemplo - este livro se propõe a discorrer sobre a especificidade do sujeito em jogo na experiência analítica: por um lado, a sua determinação pelo significante como sujeito dividido e, por outro, ao mesmo tempo, o seu ser de gozo como objeto pequeno a.