À exemplo de meu livro “À esquerda do Direito”, meu objetivo aqui é deixar de lado a forma usual dos textos acadêmicos para, sem perder o rigor, falar sobre questões complexas de forma simples e direta para renovar o estilo de comunicação acadêmica o qual, especialmente no campo do Direito, ainda padece de excessiva obscuridade.
Esse livro traz um belíssimo problema para todos e todas as pessoas interessadas em refletir sobre o sentido da distinção esquerda e direita hoje. Colocar o estado de direito nesta equação, para além da ênfase na tensão entre igualdade ou na liberdade, complica bastante o meio de campo. Afinal, com ele, somos obrigados a afirmar que é de direita, ou é conservador, quem trata os cidadãos e cidadãs como crianças, como agentes políticos inimputáveis, e é de esquerda, ou progressista, quem considera que a política dever ter o povo como seu protagonista central e que este fato é condição necessária para que se possa atingir um estado de maioridade política.
Maioridade da qual tenho tentado me aproximar aos poucos e estimular, também por meio desta seleção de textos publicados de 2014 até o começo de 2020, antes da pandemia, em veículos diferentes, nos quais tenho exposto e debatido os temas e resultados de pesquisa desenvolvidas no programa de pós-graduação em Direito da UNISINOS e no CEBRAP.
José Rodrigo Rodriguez