PALAVRAS E CONTRAPALAVRAS

Neste terceiro volume do nosso Caderno de estudos para iniciantes optamos por buscar, a partir de nossos estudos bakhtinianos – a partir do modo de ver o mundo que as reflexões de Bakhtin e de seu Círculo instauraram na filosofia da linguagem e, de modo geral, nas Ciências Humanas – um encontro com outras palavras, de outros filósofos e pensadores. A nossa intenção principal é apontar alguns pontos de contato (convergentes ou não) entre o pensamento bakhtiniano e de outros autores, conforme o que temos feito em nossas pesquisas diante das questões que nos colocamos a fim compreender a contemporaneidade, a partir do prisma da linguagem. O diálogo incessante e constitutivo da linguagem e da vida é o que move também este caderno, inter-relacionando autores e teorias vários e diversos para que, a partir da tensão entre os pensares que se põem aqui e os pensares bakhtinianos, provoquemos faíscas que possam nos levar, a todos, à construção de múltiplos sentidos, no que diz respeito às teorias com as quais trabalhamos e ao modo como enxergamos o mundo. A intenção aqui, portanto, é a promoção de um alargamento, de uma ampliação da potência das lentes com as quais olhamos para o que nos cerca e nos constitui, nesse movimento que é sempre dialógico. Como um projeto que já nasceu caminhando, os cadernos de estudos para iniciantes por nós produzidos já apresentam também seus nomes em movimento. Tendo como título sempre “Palavras e contrapalavras”, os subtítulos que eles recebem refletem e refratam o movimento que pretendemos dar a cada um, movimento esse que se constitui pela inter-ação do leitor com as palavras neles contidas, de modo a interferir, mudar, acrescentar, mexer, movimentar. Essa é a ideia, o movimento, a instabilidade. Assim, temos os subtítulos anteriores “Glossariando conceitos, categorias e noções de Bakhtin” e “Conversando sobre os trabalhos de Bakhtin”. Agora apresentamos o “Procurando outras leituras com Bakhtin”, que se oferece como um interlocutor para os diálogos, para a escuta de palavras outras, constantes, daqueles que estudam os escritos bakhtinianos, daqueles que olham para a linguagem para nela compreender a vida.