'As Palavras no Tempo' é uma obra original. Lado a lado, colocam-se amigavelmente os verbetes da Encyclopédie, cujo primeiro volume foi publicado em junho de 1751, e os textos de autores contemporâneos. O fio condutor que os encaixa é o significado das palavras, ontem e hoje. Houve progresso do Iluminismo aos nossos dias? Existiria um instrumento para precisar o quanto andamos para a frente ou para trás? pergunta-se De Masi. Que palavras dão conta de avanços e recuos? A obra coletiva nos faz lembrar que as questões e dúvidas que inauguraram a reflexão iluminista continuam a nos interpelar. Juntamente com os verbetes escritos no séc. XVIII, existe a preocupação de analisar balanços, tendências e transformações em curso, mas de fazê-lo reconstituindo grandes questões em toda a sua espessura histórica, incorporando gentilmente as teorias, os modelos e os quadros mentais que estruturaram nossa reflexão ao longo do tempo. Autores como Alain Touraine, Fulvio Carmagnola, Alberto Oliverio, entre outros, situam, de maneira inovadora, o trabalho da filosofia em relação a uma experiência sempre vinculada aos fatos que marcaram o século: nas artes, nas ciências, na política e na história. O livro está longe de ser uma manual de filosofia; é mais e sobretudo um grande pretexto para pensar. Para que o leitor tenha o prazer de pensar e para que os autores tenham o prazer em contar.