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    PARA UMA ONTOLOGIA DO SER SOCIAL II

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    Sinopse

    Obra de síntese, Para uma ontologia do ser social é a mais complexa sistematização filosófica de seu tempo. Considerada o ápice intelectual do filósofo húngaro György Lukács, um dos maiores expoentes do pensamento humanista do século XX, a Ontologia (como se tornou conhecida), concebida no curso dos anos 1960, significa o salto da ontologia intuída à ontologia filosoficamente fundamentada nas categorias mais essenciais que regem a vida do ser social, bem como nas estruturas da vida cotidiana dos homens.

    Pouco depois de terminar sua Estética, Lukács deu início à realização de um projeto de longo prazo: escrever uma Ética sistemática, que seria o somatório de todas as suas obras. Produziu um esboço sem dificuldades. Dois meses depois, no entanto, reclamava que sua Ética avançava muito lentamente, pois parecia necessário primeiro escrever uma grande parte introdutória sobre a ontologia do ser social. Essa “parte introdutória” acabou se tornando uma obra gigantesca, de cerca de 2 mil páginas, intitulada Para uma ontologia do ser social. Esta, por sua vez, obrigou Lukács a escrever seus Prolegômenos para uma ontologia do ser social – obra à qual ele tentava dar os retoques finais quando morreu, em junho de 1971. Assim, Lukács não conseguiu realizar aquele que talvez tenha sido seu projeto mais caro: a elaboração dos princípios fundamentais de uma ética marxista. Apesar de hoje estarmos suficientemente documentados acerca da Ontologia como obra autônoma, toda a discussão futura a seu respeito não deve desconsiderar o fato de a obra ter sido concebida como parte integrante do empenho de Lukács em identificar o quadro referencial ético próprio das relações humanas socialistas.

    Quem pretender estudar as grandes obras finais de Lukács tem de haver-se com uma arraigada desconfiança dos estudiosos para com o conceito que é o eixo delas: o de “ontologia”. Com a desqualificação que pesa sobre este conceito há pelo menos dois séculos, após a condenação inapelável de Kant, somente com o seu “renascimento” no século XIX, ao longo da linha que de Husserl vai até Nicolai Hartmann, passando pelo primeiro Heidegger, é que a “ontologia” toma um novo caminho, abandonando qualquer pretensão de deduzir a priori as categorias do real, referindo-se criticamente, desse modo, ao seu próprio passado (ontologia “crítica” versus ontologia dogmática).

    Lukács parte daqui, mas vai além: não só critica a ontologia “crítica” de tipo hartmanniano (sem falar de Husserl e Heidegger), mas desloca o centro de gravidade para aquele plano que ele define como “ontologia do ser social”. Surge, desse modo, uma ontologia crítica marxista, acolhida de imediato com a suspeita e a desconfiança pelos representantes de todas as orientações da literatura crítica, pelos filósofos analíticos, neopositivistas, fenomenólogos, por leigos como Jürgen Habermas, espiritualistas como Ernest Joós, mas também, na primeira linha, por marxistas ortodoxos.

    Desta forma, a Ontologia de Lukács teve bastante dificuldade para se impor, e somente há algumas décadas começou a obter o lugar que lhe é devido, além de seu justo reconhecimento historiográfico. Hoje vale tranquilamente o que afirmou o seu editor, Frank Benseler, no volume publicado na Alemanha: “Ninguém pode contestar o fato de que ela representa uma virada no marxismo”.

    A “totalidade” no novo sentido (ontológico) marxista tem um papel fundamental na investigação de Lukács. Ela constitui o eixo para a correta compreensão das leis do desenvolvimento objetivo do real, assim como a dialética é o eixo dos nexos entre os seus momentos. Filosoficamente, são Marx e Lênin que lhe mostram o caminho para esta “pretensão de totalidade”: Marx – escreve Lukács – fala muitas vezes do “momento predominante” (von dem übergreifenden Moment), que está objetivamente presente em um nexo dialético e que é tarefa do conhecimento e da práxis tornar explícito; Lênin usa muitas vezes a bela imagem do “elo da cadeia” que deve ser agarrado para segurar firmemente toda a cadeia e preparar a passagem para o elo seguinte.

    No que tange ao esclarecimento da dialética entre os estratos do ser, a Ontologia traz todo um aparato e um instrumental conceitual adequado, que antes inexistia inteiramente – e era até impensável. A Ontologia, continuando mas também desenvolvendo a batalha teórica iniciada com a virada dos anos 1930, tem como objetivo a elaboração de uma teoria da completa emancipação humana, da superação da mera singularidade particular (o individualismo) em direção àquilo que, para o homem, é a sua essência, o realmente humano.

    [Texto produzido a partir da introdução de O conceito de dialética em Lukács, de István Mészáros, e do prefácio de Guido Oldrini].

    Trecho

    “Considerando que nos ocupamos do complexo concreto da socialidade como forma de ser, poder-se-ia legitimamente perguntar por que, ao tratar desse complexo, colocamos o acento exatamente no trabalho e lhe atribuímos um lugar tão privilegiado no processo e

    Ficha Técnica

    Especificações

    ISBN9788575593523
    Tradutor para link
    Pré vendaNão
    Peso1149g
    Autor para link
    Livro disponível - pronta entregaSim
    Dimensões23 x 16 x 6
    IdiomaPortuguês
    Tipo itemLivro Nacional
    Número de páginas845
    Número da edição1ª EDIÇÃO - 2013
    Código Interno719376
    Código de barras9788575593523
    AcabamentoBROCHURA
    AutorLUKÁCS, GYORGY
    EditoraBOITEMPO EDITORIAL
    Sob encomendaNão
    TradutorSCHNEIDER, NELIO | TONET, IVO | FORTES, RONALDO VIELMI

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