Os conflitos do mundo passam por Paris Sobre os frangalhos da Europa pós-Primeira Guerra Mundial sopravam ventos desejosos por revolução social, moral, artística e política. Tais ventos passavam inevitavelmente por Paris – então capital mundial da cultura e da vanguarda. Nesse período (posteriormente chamado de entreguerras), foram construídas as ideologias radicais que eclodiriam na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), no que seria chamado de stalinismo e, finalmente, na Segunda Guerra Mundial. A Guerra Civil Espanhola – conflito decorrido de um golpe de Estado de direita sobre um governo socialista eleito – foi a primeira grande manifestação em palco europeu desse embate ideológico e, como tal, mobilizou intelectuais e pensadores muito além das fronteiras do país. Muitos encontravam-se em Paris, outros tantos tinham ligações com Moscou e o Partido Comunista Soviético. E vários deles, como André Malraux, Ernest Hemingway, Federico García Lorca, Robert Capa, se alistaram nas célebres Brigadas Internacionais, que reuniram voluntários de todo o mundo na luta contra o fascismo de Franco. Este volume, que compõe a segunda parte da trilogia informal de Dan Franck sobre Paris e seus artistas e intelectuais do início do século XX até o final da Segunda Guerra Mundial, é um verdadeiro afresco cujos heróis se chamam Malraux, Antoine de Saint-Exupéry, Jacques Prévert, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Paul Éluard, John dos Passos, Hemingway, George Orwell, Bob Capa entre outros. A este relato sui generis, retrato de uma época que hesita entre a esperança e o caos, soma-se o amor, os dramas e a vida cotidiana destes personagens enquanto transitam por Paris, Madri, Berlim e Moscou. Fruto de cinco anos de pesquisas, esta saga mostra como a modernidade foi forjada por uma geração cujos heróis, atrás das barricadas da arte e do pensamento, clamavam por: “Liberdade!”.