Ao convencerem os caciques Tibiriçá e Caiubi a mudarem suas tabas para as proximidades dos rios Anhangabaú e Tamanduateí, os jesuítas dão início à construção, em 25 de janeiro de 1554, do colégio que é o marco da fundação de São Paulo. A cidade tem assim seu início em um projeto educativo, o que faz Manuel da Nóbrega afirmar que "não sabemos se há outra no mundo com origem tão bela".
O jornalista e historiador Hernâni Donato faz um detalhado relato dos acontecimentos fundadores em "Pateo do Collegio: Coração de São Paulo", lançamento por Edições Loyola. Discute quem são os fundadores, além de Nóbrega e Anchieta, e o processo de fundação, que se estende até 1560. Mas o autor não se limita aos primeiros anos e acompanha a história de um dos principais e mais importantes símbolos de São Paulo até 2007.
Donato narra fatos como a heróica defesa comandada por Tibiriçá contra a invasão de uma confederação de tribos em 9 de julho de 1562 e a expulsão dos jesuítas em 13 de junho de 1640. Fala de sonhos, como o acalentado em 1670, de se criar uma universidade no local. Conta como movimentos nacionais tomam o Pátio do Colégio como palco político, caso da aclamação do governo provisório em 1822 e a instalação da República na província de São Paulo em 1889. Informa sobre a reformulação do “local da fundação” entre 1933 e 1956 e a reconstrução da Igreja durante o regime militar, entre muitos outros momentos históricos.
"Pateo do Collegio: Coração de São Paulo", fartamente ilustrado com imagens do acervo da própria instituição, é o retrato histórico de um espaço onde hoje transitam quase um milhão de pessoas e que ainda “desenvolve vida própria, ativa como as dos dias de 1554”.