O Partido Comunista do Brasil chega aos 91 anos neste início da segunda década do século 21 em expansão e florescimento. As razões desse feito são muitas, entre elas se destaca a verdadeira constelação de quadros e militantes das várias gerações que o construíram dos albores do século passado até a contemporaneidade. Nela se destacam o valor e o brilho de Pedro Pomar. Osvaldo Bertolino revela a vida desse grande brasileiro num painel vivo e cativante no qual se entrelaçam a história do Brasil, do partido e do movimento comunista internacional. Ler esta biografia é assistir a um filme épico. Lá, está Pomar na juventude, sob as sombras das frondosas mangueiras de Belém, nos comícios e passeatas da Aliança Nacional Libertadora (ANL); em 1941, ele e seu amigo e camarada, João Amazonas, fugindo da cadeia depois de terem ouvido no rádio que a URSS fora invadida pelas tropas nazistas; em 1943, na Conferencia da Mantiqueira, participando da reconstrução do Partido golpeado pela repressão do Estado Novo; na legalidade em 1945, à frente da rede de jornais e revistas do Partido; ele e seu fértil relacionamento com a intelectualidade e os artistas brasileiros, sua recepção a Pablo Neruda quando o poeta chileno veio participar do comício gigante a Prestes, no estádio do Pacaembu; 1947, a legenda comunista e os mandatos de sua bancada cassados, cabendo a ele e a Diógenes Arruda, que ha- viam sido eleitos por outra agremiação nas eleições suplementares, se revezarem bravamente na tribuna do parlamento defendendo o povo e o Partido; sua presença novamente ao lado de João Amazonas e Maurício Grabois na célebre Conferencia Extraordinária, de 1962, que reorganizou a histórica legenda de 1922 e garantiu sua continuidade revolucionária; e por fim, o golpe militar de 64, a ditadura, e a preparação da resistência armada contra aquele regime tirano. O que se destaca aqui são apenas algumas letras capitulares do seu diversificado protagonismo. E, finalmente, dezembro de 1976, a "reconstitui