'O Pensamento Burguês no Seminário de Olinda: 1800-1836' contribui para a compreensão histórica dos colégios-seminários pombalinos, estabelecimentos escolares saídos das reformas da instrução pública ocorridas em Portugal após a expulsão dos jesuítas, em 1759. O colégio-seminário pombalino teve notável participação no processo de modernização burguesa do reino, pois foi concebido, também, para realizar a função decisiva de preparar quadros, no interior do clero católico, visando levantar as riquezas naturais do reino, condição prévia de seu aproveitamento econômico. Acentue-se que, sob esse aspecto, esse tipo de escola ganhava destaque no Brasil, o território mais rico em recursos minerais, da flora e da fauna de todo o império colonial lusitano. Daí a relevância de que se reveste a investigação das unidades escolares que, aqui, floresceram durante o período. Dentre elas, três não podem deixar de ser nomeadas: o Colégio Franciscano de Santo Antonio, no Rio de Janeiro, o Seminário de Mariana e o Seminário de Olinda, objeto deste livro. Concebida pelo Bispo D. José Joaquim de Azeredo Coutinho, a escola pernambucana pode ser reconhecida como a mais arrojada dentre as suas similares, tanto pela intencionalidade e clareza de seu projeto político quanto pela expressiva presença das ciências modernas em seu plano de estudos. Além de ensejar o envolvimento progressivo com o estudo das origens da escola moderna no Brasil, a pesquisa em referência motivou o autor, pela riqueza dos documentos originais e das fontes clássicas do período, a contribuir, em grande parte, para solidificar a direção de seus trabalhos de pesquisa, dirigida ao entendimento do processo de produção material dessa instituição social.