O presente livro é uma reedição, com o acréscimo de dois capítulos, de uma coletânea de ensaios publicados ao longo de algumas décadas, resultado de um antigo interesse sobre os estudos vinculados à tradição brasileira de ‘pensamento social’. […] Há, nesse sentido preciso, propósitos subjacentes que aproximam os autores aqui tratados. Todos revelam uma preocupação com o Brasil, uma intenção de ‘inventar’ um país novo, gerar uma nação, criar metáforas, traduzir idiomas e regionalismos, propor lemas nacionais de superação de nossos problemas sociais, políticos, econômicos. Os ensaios tratam, mais de perto, dos autores que se situam na perspectiva de um estilo de ‘pensamento social’ no Brasil, apesar da diversidade de perspectivas ou de pontos de vista políticos. No conjunto da produção dos autores discutidos neste livro, de Sérgio Buarque de Holanda a Antonio Candido; dos positivistas progressistas, como Pereira Barreto, aos agitadores das reformas na educação e saúde, como Azevedo Sodré, Arthur Neiva e Belisário Pena?—?esses últimos, figuras de destaque da Primeira República –, há a preocupação de reinventarmo-nos (como já se disse deles), em um sentido que se poderia chamar totalizador. Isto é, trata-se de entender o país, retratá-lo, discutir projetos e novos caminhos.