O propósito dessa coletânea centra-se na problematização das relações entre o ato de ver e a construção do conhecimento numa perspectiva que delineia a construção de uma educação emancipadora que sustenta a problemática aqui tratada, evidenciando que a estética se impõe como conditio sine qua non para o exercício da crítica e para a experiência do pensamento. As várias faces da arte, abordadas no Pensar o Ver: perspectivas estéticas e possibilidades formadoras demonstram que esta continua sendo uma via para se pensar a estética como modo de resistência, uma possibilidade de constituir, ou de restituir, os espaços de existência pautados na liberdade, na pluralidade e nas práticas emancipatórias. E, sabemos, o espaço educativo é bastante profícuo para se repensar ações humanas, preferencialmente coletivas, no sentido de priorizar a partilha e a democratização de saberes. Sendo assim, esse compêndio assume um caráter heteróclito, acolhendo tanto as produções que se propõem a uma análise dos referenciais conceituais das teorias clássicas, quanto aquelas que dialogam com a produção contemporânea, muitas vezes ainda anônima, desprovidas da chancela acadêmica, mas que convocam diálogos com diferentes vertentes do saber, contribuindo de forma significativa para a estruturação de uma escuta das múltiplas vozes, de diferentes campos e que, num fluxo interativo, compõem os saberes estético pedagógicos, promovendo uma construção teórica e conceitual inovadora que complementa de modo interdisciplinar a reciprocidade e a interlocução.