O principal fio condutor de Perceber o (in)visível: dimensões sensíveis de um corpo na arquitetura é indagar o que vemos. Em um aprofundamento dessa indagação, o livro solicita lançar um olhar mais aguçado para o espaço habitado, procurando vê-lo além dele mesmo. Nesse movimento, uma atitude fenomenológica estrutura o universo da obra e, a partir dessa opção teórica, ensaiam-se possibilidades de compreender um ver e um não ver. Se vemos, o que estamos vendo? Se não vemos, o que não vemos? São apresentados temas caros à fenomenologia, extraindo deles noções acerca do corpo, espaço, objeto, percepção, ver e não ver. Textos clássicos de Merleau-Ponty foram estudados e, assim, este livro segue calcado na descrição fenomenológica de uma arquitetura. A escritura revela um corpo, desenha uma trajetória a cada página. Histórias acerca do espaço arquitetônico são contadas e confrontadas com memórias. As teorias estudadas foram tomando forma e desencadearam textos paralelos entre si, os quais ousadamente se tocam e pontuam momentos distintos no trabalho: ora de pura fruição, ora de questionamentos, ora de reflexões acerca de nossa atitude em relação ao mundo. O convite deste livro é para que percebamos o (in)visível por meio de uma trajetória de pesquisa que evidencia um corpo desenhando o entendimento de sua própria percepção acerca daquilo que se revela no mundo e que, um dia, esse mesmo corpo supôs saber ver. E, por fim, a indagação principal retorna: o que vemos?