“Existe uma psicanálise brasileira?”, “A psicanálise é tão somente mais um produto da metrópole, importado e consumido pela colônia?”, “Seria ela um instrumento de colonização, exploração e subjugação?”, “Praticar psicanálise seria, então, submeter-se ao colonizador?”. Para responder a estas perguntas, os psicanalistas Pedro Cattapan e Sergio Gomes entrevistam três grandes representantes da psicanálise no Brasil: Teresa Pinheiro, Jurandir Freire Costa e Joel Birman. O percurso destes três psicanalistas na história da psicanálise brasileira guarda suas semelhanças e diferenças: todos eles são mais ou menos de uma mesma geração, estiveram em Paris durante sua formação intelectual, foram influenciados por pensadores dos anos 1960 e 1970, os quais transformaram suas trajetórias de modo marcante. Os três ainda foram professores universitários que lecionaram conteúdos psicanalíticos em cursos de graduação e pós-graduação ao longo de décadas. Eles discutem, neste livro, as diferenças que encontram entre psicanalisar, lecionar psicanálise como matéria universitária, pesquisar e formar analistas, falam da sua formação acadêmico-intelectual, suas principais influências teóricas, e se posicionam criticamente sobre os modos de se fazer psicanálise no Brasil, o descolonialismo, o decolonialismo, a psicanálise dentro e fora das universidades, entre outros assuntos de grande importância e interesse para psicanalistas e estudantes de psicanálise, tornando-se crucial divulgar seus argumentos presentes neste livro.