A palavra latina patrimonium surgiu na Roma antiga e era utilizada para expressar tudo o que pertencia ao pai e que era deixado por ele aos filhos, como herança. Dizia respeito aos bens materiais que, com a morte do chefe familiar, deveriam ser partilhados por seus descendentes de forma parcimoniosa. No decorrer do tempo, e com as transformações históricas e socioculturais, esse vocábulo ganhou novos significados. A partir da difusão do cristianismo, ele incorporou uma preocupação dos cristãos de preservar e disseminar valores, sentidos, símbolos e rituais, numa dimensão imaterial que continha a essência dessa crença. Nos dias atuais, o conceito de patrimônio ampliou-se e ganhou relevância ao redor do mundo. Sua dimensão cultural cada vez mais se sobrepõe a uma visão material. A partir dessa perspectiva, Cury sustenta que, na contemporaneidade, patrimônio é um conceito universal, de domínio de todos, entendendo que todos temos direito ao nosso próprio patrimônio e compromisso de defesa do patrimônio de outros.Experiências, práticas sociais, manifestações religiosas, construções cotidianas - físicas ou culturais - compõem o conjunto de elementos que formam a noção de patrimônio, e é necessário que elas estejam associadas a um desejo coletivo de preservação de uma história, de uma identidade ou de uma vivência específica.