Elucidando passagens pouco conhecidas da história dos refugiados do Holocausto, o repórter do The New York Times Joseph Berger presta homenagem a seus pais e relata em Pessoas deslocadas a luta dos sobreviventes da guerra para reconstruir a vida nosEstados Unidos nos anos 1950. Como numa espécie de Proust nova-iorquino, o aroma do pãozinho fresco que o jornalista Joseph Berger carrega para o trabalho remete-o à infância, ao café da manhã dos domingos, oportunidade única em que os familiares estavam todos reunidos. Repórter do jornal The New York Times, em seu livro de memórias que a Editora Globo lança no Brasil ele narra a história de sua família, que foge da Europa após o Holocausto e é obrigada a adaptar-se à vida em um país estranho. A partir dessa "memória familiar", Berger cria uma narrativa ampla, abordando passagens pouco conhecidas da história dos refugiados, dos quais aproximadamente 140 mil seguiram para os Estados Unidos como única alternativa de fuga entre os anos de 1947 e 1953. De forma vívida e tocante, Berger reconstrói as lutas pela sobrevivência, dando voz aos personagens para que eles próprios recontem as histórias que ouvia quando pequeno. Assim, ressurgem os comentários de sua mãe acerca da vida que levava na Polônia e as recordações da Segunda Guerra Mundial, época que passou na União Soviética.