Pierre Monbeig desloca-se de sua pátria para inaugurar um novo pensamento na geografia brasileira. A condição exílica de Monbeig, certamente, permitiu enxergar o país em condições privilegiadas. Vindo como membro da missão francesa para fundar a USP, o autor é precursor naquilo que denominamos de primordial na pesquisa geográfica, isto é, a observação de campo, a análise regional e as análises de situação. O trabalho de campo será uma ferramenta indispensável para a observação do geógrafo. Com este autor, a geografia brasileira inicia o processo de uma disciplina voltada para o exercício da pesquisa, do ensino e para uma redefinição na relação entre o que denominamos geografia física e geografia humana. Aldo Dantas, professor no Departamento de Geografia da UFRN, dá continuidade ao seu périplo de investigar a produção teórica de autores. Em seu mestrado, desbravou a obra do renomado geógrafo brasileiro Milton Santos. Naquela ocasião tinha por objetivo a realização de uma crítica ao pensamento de Santos. Ao estudar Monbeig, em seu doutorado, Aldo caminha por outra via interpretativa. Escolheu a positividade do resgate epistemológico deste autor e sua singularidade na fundação e organização de um saber geográfico no Brasil. Uma das noções resgatadas é a de complexo geográfico. Em Pierre Monbeig – Um marco da geografia brasileira, os novelos da condição exílica dos dois geógrafos (Aldo e Monbeig), são linhas para um entendimento ampliado e multidimensional do saber e fazer geográficos.Confira a fanpage da Editora Sulina