Raquel Bianor é uma incansável observadora do tempo presente, no qual se insere num misto de indignação e perplexidade, entrelaçados por uma teimosa esperança na capacidade humana de transformar o mundo. Ao lado de sua amorosa família e de sua gata Piá, a autora tem uma aguda consciência do caráter histórico das relações sociais e, como assistente social de base marxiana, fez de sua experiência profissional em instituições públicas voltadas para o desenvolvimento um campo fecundo de inserção social crítica. Constrói um estudo profundo ao assumir que o ato de planejar pode conter uma perspectiva de desvelamento da sociabilidade burguesa. A autora tem a ousadia de elevar o planejamento a uma categoria ontológica de mediação que permite aos sujeitos envolvidos em processos participativos apreenderem uma nova sociabilidade, de forma conscientemente planejada na direção da emancipação humana. Sinto-me honrada e orgulhosa por ver seu intenso trabalho convertido neste livro que nos permite apreender o planejamento como categoria de mediação, capaz de apontar novas formas de sociabilidade com a transformação deste perverso sistema capitalista, hoje em sua fase escancarada de barbárie. O planejamento, nessa perspectiva, pode nos tornar possível um novo futuro? Angela Maria de Lima Nascimento Assistente Social e militante feminista negra