Plange, plange, livro de estreia da escritora e tradutora Claudia Abeling, coleciona 53 textos curtos – poemas, textos narrativos e prosa experimental. Os temas dominantes são a metrópole e seus habitantes, uma mãe que sofre de Alzheimer, a literatura e o ofício da escrita. O livro é dividido em quatro partes: “Do ver e ouvir por aí”, “Do escrever, dos escrevinhadores”, “Das gentes” e “Dela (ou: as mães têm sempre razão)”. Os textos combinam a intensidade da poesia e o registro narrativo do conto mínimo com o sabor (às vezes amargo) da crônica. Alguns deles lançam mão de procedimentos inusitados e construtivos, como a colagem, a paródia e a apropriação. Na primeira parte, a autora reúne textos poéticos e experimentais sobre as falas da metrópole e sobre a desigualdade acintosa da maior cidade do país. Nas duas partes intermediárias, Claudia Abeling concentra breve perfis e narrativas sobre encontros e tipos anônimos. A última parte traz textos sobre uma mãe portadora de Alzheimer. O livro foi impresso inteiramente em processos tipográficos na editora Quelônio. A artesania também permitiu a intervenção manual (linhas riscadas com caneta azul) num texto da primeira parte. Por fim, a costura do acabamento também foi feita à mão, em linha vermelha.