Nesta obra, o autor de 'Escritas, espelho dos homens e das sociedades' chama a atenção para o fato de a escrita assemelhar-se à imagem do homem ao longo da história. Este segundo ensaio, que é um complemento do Escritas, aborda o processo de criação atual da escrita. Da escrita do poder ao poder da escrita. Do pensamento à palavra e à escrita, o caminho é longo e sinuoso. No início, a escrita pôde ser vista como um apanágio do poder e um instrumento de governo, depois ao se espalhar entre os povos, tornou-se o suporte ideal de partilha dos conhecimentos e do saber. A invenção do alfabeto pelos povos nômades do Oriente Médio foi o primeiro ato de um humanismo mediterrâneo. Na época clássica, cada cultura tinha "sua" escrita que refletia sua imagem. Atualmente, devido ao desenvolvimento acelerado das técnicas digitais uma proliferação sem precedente dos caracteres tipográficos inunda o mercado mundial. Isso perturba o espírito dos consumidores desavisados. Dentro desse contexto de liberdade incondicional, o autor se interroga sobre a razão da escrita dentro de sua diversidade. Antes de penetrar no labirinto do como, ele se interroga sobre o processo da criação em geral, sobre o porquê de uma nova escrita, bem como o para quem, isto é, sobre o olhar particular do leitor-destinatário. Para Ladislas Mandel, a escrita sob todas as formas é sobretudo uma linguagem completamente à parte, criação do espírito. Do mesmo modo, por intermédio das múltiplas interrogações, o autor tenta, ao recuperar as virtudes de uma vocação original, restituir a palavra à escrita. Anne Zali, conservadora-chefe da Biblioteca Nacional da França, responsável pela ação pedagógica da instituição, escreveu o prefácio."