Unanimemente considerado o maior poeta português do século xx, ao lado de Pessoa, Herberto Helder escreveu intensamente até ao fim de sua vida, construindo aquilo a que chamava um “poema contínuo”. Poemas completos reúne grande parte de sua obra poética, refeita e editada conforme era hábito do autor, um ano antes da sua morte. “Herberto Helder é um representante – talvez, hoje, o maior deles – da linhagem de poetas visionários, sistematicamente desregrados, inaugurada por Rimbaud. Impressiona, além da qualidade da poesia, à luz de todos os valores que se possa invocar – ritmo, imagens, originalidade, invenção, precisão -, a permanência desse ímpeto. Há um motivo evidente: desde o início e até hoje, sua criação é movida pela paixão.” —Claudio Willer “Herberto era um romântico de antes e de depois do romantismo, a linguagem e o fôlego pediu emprestados aos surrealistas, e tão depressa citava os esplêndidos "primitivos" como usava as técnicas de algum experimentalismo. Era voraz e violento, mas não cínico. O maior poeta que tivemos desde Pessoa.” —Pedro Mexia “Herberto Helder revolucionou a poesia de língua portuguesa com sua impressão digital, de certa maneira extirpando o fantasma pessoano e levando a língua até um patamar que poucos percorreram.” —Jorge Henrique Bastos