O título do livro “Poemas de Sentir” já revela uma interpretação do essencial escondido no âmago do nosso ser, pois sua construção lírica está entre o solene e o íntimo, apresentando várias nuances da existência. Aqui, a poetisa Celeste Sousa expõe a sua lírica com jogos semânticos e imagéticos, ora apresenta uma tradição com versos rimados, ora um breve haicai, com uma eclosão de percepções acumuladas. Desse modo é a composição do livro “Poemas de Sentir”, cujos capítulos são anunciados cuidadosamente e separados por uma imagem, a qual modula o tom da próxima criação. Outro aspecto agradável da leitura dos poemas deste livro é a musicalidade. Versos livres, rimados e aliterações conferem o ritmo que garante a dinamicidade dos poemas. No poema “Ela só queria ser”, a lírica rebelde se apresenta e nos remete à tradição. Nele, há um pouco de Augusto dos Anjos, de Shakespeare e um pouco de Álvares de Azevedo, mas muito de Celeste. A fruição desses versos desafia o leitor a separar o belo do repugnante, ou ver o belo no repugnante, a dualidade do ser. Afinal, somos quantas Ofélias? Boa Leitura! - Lucineide Rodrigues Monteiro Professora Ma. da Secretaria de Estado e Educação de Rondônia – SEDUC-RO