Numa época em que o ar está cada vez mais poluído pela ação humana e quando perfis pandêmicos dão sinais de quão importante é o sopro divino, que faz pulsar a vida, Poesia do Vento traz em seu lirismo um aceno para a fragilidade de toda a existência terrestre. Um aceno às mensagens celestes, trazidas pelo vento e manifestadas no seu contraste: ora em canto, ora em pranto. Na busca de uma lição de vida, há na obra uma contemplação sobre os seres e cenas representativas da vida humana. As mais humildes manifestações e episódios singelos da natureza são motivos de reflexão. Este mundo físico ligado ao espiritual revela-se através dos sentidos, com associações trazendo, às vezes, uma tendência descritiva aos poemas, que exige a presença de elementos concretos ou abstratos. Estes vão desde um sopro angelical, que abre uma rosa, faz brilhá-la, até sua finitude, a desfolhar-se pelo vento. No interminável processo dos ciclos da vida, do cosmos, presente no botão que se abre, na plenitude e no desprendimento das pétalas da rosa, está a mecânica do universo. Haverá novas rosas. Elas se sucedem na beleza única de cada uma, como a criatura humana, o vento e o tempo. Poesia do Vento abre uma janela ao leitor para a visualização do movimento das árvores, dos mares, das flores... Com mensagens que alegram, entrelaçam, acalmam ou amedrontam. Mas sempre deslumbram o olhar de vento navegante. Cladis Elfi Mohr Machado Mercedes, setembro de 2021