Criado em 2009, o Teatro do Instante agrega pesquisadores de diversas áreas em torno de processos de criação cênica, dentre eles, professores, alunos e ex-alunos do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília. Exercitamos a interdisciplinaridade entre artes do corpo e da cena, literatura, música e novas tecnologias e suas repercussões no campo de formação do ator. O coletivo investiga processos criativos em poéticas atoriais para a cena, performances e vídeos. O trabalho se dá em rotinas de treinamento, experimentações, trocas, cursos e criação artística. O grupo Teatro do Instante, linha de pesquisa do grupo Poéticas do Corpo, ligado ao CNPq e à UnB, vem explorando espaços de experiência, desenvolvendo recursos técnicos e expressivos, respeitando e acolhendo singularidades. Para preparação energética e corporal, provocados pelas imagens do 'atleta afetivo' e do 'corpo sem órgãos' de Antonin Artaud, vivenciamos práticas do seitai-ho (educação corporal de origem japonesa que trabalha o corpo sensível), da yoga (prática indiana que conduz a um maior equilíbrio e consciência de si mesmo), da yoga da voz (prática de pesquisa vocal a partir de tradições indiana, indígena e afro-brasileira) e do chi kung (prática chinesa de regulação vibrátil do corpo). Outras inspirações metodológicas e poéticas têm sido atualizadas pelo grupo, dentre elas: caminhadas ligadas à cultura japonesa (teatro nô, seitai-ho e butô); princípios trabalhados por Jerzy Grotowski; os Viewpoints, de Anne Boggart e Tina Landau, e as trajetórias potentes de coletivos como Lume Teatro, Teatro da Vertigem, Théâtre du Soleil, Odin Teatret e Teatro O Bando. A experiência - na condição de vivência, algo que se dá pela via dos afetos e porosidade dos sujeitos - tem norteado os processos criativos e de recepção das obras do grupo. Para proporcionar esses campos experienciais, algumas estratégias têm sido buscadas, como dispositivos de exploração sensorial, da memória e da imaginação, criação de imagens poéticas, fricções entre real e ficcional, dramaturgias não lineares, simultaneidades cênicas, ambientes imersivos e espaços não convencionais. A partir dessas perspectivas criamos, entre 2009 e 2015, as obras Pulsações, E Io. Quem?, Fui deixando meus corpos pelo caminho, À Deriva e En Contra: experimento