O primeiro volume da Política da Libertação de Enrique Dussel é um amplo e significativo apanhado histórico que se pretende mundial e crítico da Filosofia Política. Reúne uma vasta retomada da tradição que inclui enfoques e abordagens comumente conhecidos, mas também outros que estavam por ser trazidos ao conhecimento. Um dos núcleos centrais da obra é o de fazer uma leitura que valoriza os sujeitos que historicamente foram excluídos, senão que vitimados, pela história. Junto com ele, o esforço de descentrar e de descarregar a história dos centralismos típicos da tradição Ocidental do pensamento. Por isso, corajosamente faz uma releitura da Modernidade e de seu sentido, além de situar a política ante os desafios para que efetivamente possa ser entendida em perspectiva mundial. Considerando as condições da obra, como alerta o próprio autor, não se pode esperar que os assuntos e as posições sejam abordados exaustivamente. São situadas e referidas nos contextos em que se afirmaram, quando não ressituadas, considerando contextos mais amplos nos quais uma releitura crítica pode situá-las. Brasileiros e brasileiras poderão encontrar nesta obra subsídios para ajudar a compreender muito do que se fez (e talvez do que se deixou de fazer) em política, inclusive entre nós, visto que são tratados autores e processos históricos brasileiros.