Este não é um livro de ficção, mas uma das principais características é a capacidade de criar universos. Territórios, povos, condutas. A ficção permite viajarmos por mundos extraordinários, entre o próximo e o desconhecido. Cenários que, muitas vezes, não dependem de um protagonista. O próprio local conta o enredo, quando é conquistado, liderado ou destruído. Neste livro, Adel Igor Romanov Pausini nos traz uma primeira constatação – a ficção nada mais é do que uma inspiração do real. Através da trajetória do Império Otomano, descobrimos arranjos que não são contados por uma única pessoa, mas por terras. Acompanhamos países que se dividiram em muitos ou se tornaram um só. Aqui, vemos acordos que criaram linhas imaginárias ao chão e, mais do que isso, mostram como a construção societária passa pela nobreza e como o poder manipula e decide enredos. Desde a construção de impérios europeus até a renovação junto à modernidade, esta obra utiliza o passado para uma reflexão do presente. Num emaranhado de contextos políticos, o autor apresenta nesta pesquisa o poder que o cenário monárquico exerceu para a formulação do mundo europeu, um mundo com aspectos imaginários, mas cujas consequências persistem – e existem – até hoje.