No "maior país católico do mundo", onde a população já nasce sob os ensinamentos da Igreja, um livro sobre a história de Jesus Cristo pode parecer redundante. Ciente disso, a Editora Jaboticaba traz uma visão diferente do catolicismo com o lançamento de 'Por que sou católico?'. Elaborado pela jornalista Silvana Nuti a partir de intensa pesquisa, o livro traz a história de Jesus e sua mensagem para traçar um paralelo com a Igreja Católica, desde o seu surgimento até os dias de hoje. Os dogmas são fiéis à mensagem original? Qual foi o critério na escolha dos evangelhos da Bíblia e na exclusão dos apócrifos? Será que de fato tem importância se - como sugerem evangelhos apócrifos - Jesus beijava Maria Madalena na boca, amou a como mulher e, até, teve filhos? Através deste e outros questionamentos o livro ultrapassa o perfil de "apenas mais uma biografia", e se torna um retrato da Igreja durante os séculos. A obra, que estréia uma coleção de livros sobre religião, está dividida em duas partes principais. Na primeira, Silvana traduz a vida de Cristo e compara seus ensinamentos com as ações da Igreja durante os séculos. Se ele era contra a opressão e a violência, como se estabeleceu o Tribunal da Santa Inquisição? De quem foi a idéia de estabelecer condutas morais, cobrar dízimos e prescrever penitências? Estes são alguns pontos abordados, assim como as trajetórias dos principais Papas. Na segunda parte, a autora apresenta uma série de depoimentos que mostram como o ser humano lida com a própria fé. Na lista de personalidades figuram de Frei Betto a Pe. Marcelo Rossi, do Secretário da Educação Gabriel Chalita ao roqueiro Kiko Zambianchi. Todos os entrevistados apresentam interessantes relatos de fé e mostram como a religião toca o cotidiano e as suas ações. O senador Eduardo Suplicy, por exemplo, criou o projeto renda mínimia inspirado em virtudes cristãs. Por quê? Jorge Cunha Lima, Fundação Pe. Anchieta, exibe seu catolicismo como um documentário.