Esta obra demonstra, através de pesquisa bibliográfica e reflexão apurada, como o encontro com o outro é um lugar fértil para o desenvolvimento de uma experiência baseada no seguimento de Jesus Cristo, o qual sempre se deixou afetar pelo outro como forma de experienciar e se compadecer da dor humana em sua vida para, assim, agir e realizar grandes mudanças. Deivis, em uma escrita analítica, porém sensível, observa o movimento do encontro até chegar à dinâmica mais simples dos sujeitos para mostrar a acessibilidade dos gestos, e que não é preciso grandes empreendimentos para promover uma espiritualidade genuinamente cristã. Basta um olhar atento guiado pelo Espírito do Cristo que, em sua humanidade, demonstrou que a afetação (pathós divino) era seu modo de ser-no-mundo. Visto que Deivis é um irmão de caminhada e pai atípico, assim como sou mãe atípica, ele é também um grande motivador de encontros em meio as fragmentações da vida que, a contragosto, vemos pelo caminho. Por isso, ler e se permitir ser afetado(a) por ele é uma oportunidade maravilhosa. A caminhada é mais leve quando nos dispomos a encontrar o outro nas coisas mais ordinárias da vida e, mais que saber, lembrar disso é necessário, o que Deivis faz com propriedade neste escrito.
Tainá Antunes
Mestranda em Teologia Sistemático-Pastoral pela PUCRio.