Esta obra contém os principais resultados de um processo de pesquisa, ensino e extensão universitária, isto é, foi escrita a partir da nossa práxis de trabalho e, assim, cada capítulo foi pensado e construído na tentativa de ampliar a complexidade dos temas tratados. Consideramos, evidentemente, a possibilidade deste texto ser utilizado em sala de aula e de subsidiar o debate inerente aos processos de desenvolvimento territorial de base local.(...)Então, parece-nos que prefaciar uma obra que chega à sua 3ª. edição, tendo em vista a direção político-cultural da práxis que sempre nos esforçamos para realizar, é ainda mais relevante, justamente porque estamos tentando refletir e demonstrar possibilidades para in(sub)verter processos educativos e de pesquisa claramente mascarados e (meta)narrativos, hegemônicos e opressores, academicistas e domesticadores, em muitas situações, inadequadas com a realidade pesquisada. Estes processos acadêmicos e científicos acabam contribuindo, histórica e (i)materialmente, para reproduzir a dominação social e territorial, cultural e política, econômica e ambiental, de estudantes, indígenas, pescadores familiares, camponeses, operários, professores, quilombolas etc., (in)formados como se fôssemos naturalmente inferiores, subalternos, incapazes de pensar e criar, de produzir uma ciência própria, a soberania alimentar, processos produtivos sustentáveis etc. Parece que, fora da universidade, não há possiblidade de produzir conhecimento e, muito menos, ciência! Assim, normalmente, em vez de contribuirmos e(a)fetivamente para a libertação humana, acabamos reproduzindo modelos, teorias, concepções, imitações, sem criatividade e coprodução de conhecimentos mais úteis para nosso povo. (...)