A Giorgio Caproni ensaista, resenhista, jornalista é dedicado este volume, que reúne 41 prosas críticas selecionadas entre as mais de 2000 páginas da edição italiana das Prose critiche (1934-1989): uma seleção temática, utílissima para auxiliar o leitor a se orientar no vasto campo dos interesses do poeta. As prosas escolhidas para a presente edição, divididas em diferentes seções, traçam a história da formação e das razões da poesia de Caproni, adentrando diretamente seu laboratório poético e enfrentando alguns dos temas que alimentaram sua poesia, como as intensas relações com as cidades da sua vida e com os poetas por ele mais lidos e amados (Ungaretti, Pasolini, Montale, Sereni, Sbarbaro, Antonio Machado e outros). Fecha o volume
uma seção, especialmente importante por salientar a preciosa atividade de Caproni tradutor de poesia e de prosa, que apresenta suas “divagações” (assim diz modestamente o poeta) sobre o que significa traduzir. São todos textos capazes de mobilizar o leitor e os críticos de hoje, mas que também já entraram em contato com e produziram efeitos na história da poesia e na crítica: pensemos, por exemplo, naquela generosa tese de Caproni, que apontava para a existência de uma linha ligústica da poesia italiana, constituindo-se como uma ocasião para chamar a atenção sobre o forte vínculo da sua poesia com a natureza e o caráter lígure, mas também para apresentar seu atento, afetuoso exame dos poetas lígures, maiores e menores, do Novecento, que considera seus conterrâneos. O leitor encontrará neste livro, além de um pequeno aparato de notas, duas excelentes guias de leitura para situar Caproni no seu tempo: um ensaio de Enrico Testa, sobre a dimensão europeia da poesia de Giorgio Caproni, e a introdução de Patricia Peterle, que traça um amplo e minucioso retrato de poeta, a partir de suas prosas críticas. As prosas capronianas, caracterizadas por um tom coloquial, suave, simples, repletas de profunda humanidade, de afeto e relações (segundo uma