Uma vida para ser contada Cúmplice dos mais devastadores segredos, acolhedora, mas também implacável, palco da infância e da vida adulta, florida e lúgubre, esta é a casa dos Sampaio de Alcântara, onde cresceram as irmãs Olga, Clotilde, Maria Eulália e Ana Rita. A infância feliz, as brincadeiras na escada de mármore, as estripulias no jardim e o sentimento de proteção garantido pelos cuidados que as empregadas Máxima e Adelina dedicavam à casa e às meninas deram lugar à vida adulta e suas guinadas. Olga e seu desejo de sobreviver a um casamento fracassado; Clotilde, controladora e sensual, a “matriarca” das irmãs; Maria Eulália, sensível a tudo que acontece ao seu redor, capaz de ler o destino na mão das pessoas, mas incapaz de controlar o seu; e Ana Rita, a irmã de criação que nunca se sentiu realmente parte da família. Para além do laço que as une está a adolescente Elisa, filha de Olga, única descendente das quatro; a próxima geração, que não nasceu na casa mas que tem sua vida ligada à ela. São de Elisa as anotações para um romance que está sendo escrito enquanto a vida acontece. Cabe a ela o desfecho desta história. Tendo como pano de fundo a ditadura militar brasileira, este romance contado a três vozes é uma leitura apaixonante. Como uma fatia de bolo quentinho oferecido por Adelina ou um chá reconfortante preparado por Máxima, Pra amanhecer ontem nos leva a lugares onde se misturam lembranças de infância e desafios do mundo adulto, mas principalmente à intrincada tapeçaria das relações familiares.